Antigo
mistério sobre a doença de Alzheimer
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A
descoberta de que o envelhecimento de uma célula específica é uma causa da
doença e não uma resposta a danos neurais, como os especialistas pensavam,
abre perspectivas para novos tratamentos da demência
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Células gliais figuram como
atores principais numa série de doenças neurológicas e psicológicas. Pesquisas
recentes mostraram que muitos transtornos neurológicos são na verdade
transtornos da glia, particularmente um tipo de célula chamado de microglia, que
funciona como um escudeiro defendendo o cérebro de doenças. Esses defensores
procuram e matam corpos invasores, e promovem a recuperação de áreas
danificadas. Eliminando tecidos doentes e liberando compostos potentes que
estimulam a reparação dos tecidos, sua função é primordial em diversos tipos de
doença neurológica.
Novas pesquisas sugerem que a
demência típica da doença de Alzheimer poderia ser consequência direta da perda
da capacidade da glia de limpar os detritos. Alois Alzheimer foi o primeiro a observar
que a microglia envolve as placas de amiloides, que são a marca registrada da
doença. Normalmente a microglia digere as proteínas tóxicas que formam essas
placas. No entanto, estudos recentes realizados pelo neurocientista Wolfgang J.
Streit, da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida, sugerem que com o
passar do tempo a microglia enfraquece e começa a se degenerar. A atrofia é
visível ao microscópio. Microglias senescentes em cérebros envelhecidos se
fragmentam, perdendo várias de suas ramificações celulares.
A forma como a doença de
Alzheimer incursiona pelo cérebro é mais um sinal do envolvimento microglial.
Os danos do tecido se espalham de forma predeterminada, começando próximo do
hipocampo e finalmente atingindo o córtex frontal. As observações de Streit
mostram que a degeneração microglial segue o mesmo padrão – e ocorre antes da
degeneração neural, sugerindo que o envelhecimento da microglia é uma causa da
demência do Alzheimer, e não uma resposta a danos neurais, como o próprio Alzheimer
e muitos especialistas pensavam. Essa descoberta pode levar a novos tratamentos
para a demência, assim que os pesquisadores descobrirem por que a microglia se
torna senescente com a idade em algumas pessoas, e em outras não
Fonte: Mente e Cerebro
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