Já dizia o poeta....
E de repente você olha em
volta e se vê só. Mas só apenas na alma....
Existem várias pessoas ao seu redor, várias pessoas povoando a sua vida,
várias pessoas compartilhando algo.....
Mas e daí? Você está só....
Tudo começa devagarzinho.... Sem você perceber, vem e toma conta. Estar solitário mesmo se relacionando com
pessoas é mais comum do que se possa imaginar.
Em um relacionamento amoroso então, nem se fala! Muitas vezes por medo de ficar sozinhas, as
pessoas continuam mantendo uma relação que já não fala mais ao coração. Muitos se perguntam: “Ficar sozinho à essa
altura do campeonato?”; “Começar tudo de novo?”; “Como encontrar alguém nesse
mundo?”; “Ir pra balada novamente?”; Não tenho mais paciência pra isso.....”.
Realmente, “tudo muda o
tempo todo no mundo”e por isso mesmo, ou pela dificuldade em aceitar as mudanças que a
vida naturalmente nos impõe, é que ficamos sós ainda que acompanhados.
Quantas vezes já estivemos
em uma relação ou soubemos de conhecidos que permanecem em uma relação tentando
resgatar aquela paixão do início do relacionamento? Incontáveis vezes.... Acontece que aquela paixão já foi, até porque
aquele “nós”já foi também.
É fundamental que possamos
aceitar que nossos relacionamentos mudem com o passar dos tempos tendo em vista
que nós mudamos também! E, nesse ínterim, reaprendermos a nos amar e amar ao outro também a cada dia. Só que por vezes
é bastante complicado aceitar as próprias mudanças. E talvez essa pessoa
diferente que nos tornamos a cada instante seja justamente àquela que queremos
evitar fugindo do contato conosco, fugindo de ficarmos a sós conosco, fugindo dessa intimidade. Estamos em transformação a cada momento de nossas vidas. Pra melhor?
Pra pior? Não dá pra saber se não
experimentarmos a mudança, se não arriscarmos.
A única certeza (por vezes veementemente negada) é a de que somos potencialmente
diferentes a cada dia.
E aí então lutamos contra as
evidências do dia a dia para manter a ilusão; ilusão de estarmos em um
relacionamento afetivo satisfatório, ilusão de estarmos nos relacionando
verdadeira mente com nossos parentes, amigos.
Tudo bem, somos livres para escolher a vida que desejamos ter, ou pelo
menos o modo de levar nossa vida, mas há um preço a se pagar. Nesse caso o preço é a solidão a dois; a
forma mais dolorida de se viver esse sentimento. Porque quase sempre vem
carregada de mágoas, decepções e muitas vezes também por um sentimento de
desadaptação e fracasso recheado de pensamentos automáticos disfuncionais a cerca de si e
do mundo que só fazem nutrir crenças e esquemas desadaptativos, que por sua vez
vão gerar mais pensamentos disfuncionais, mais solidão, mais fracassos em
relacionamentos e assim por diante.
Amor? Sexo? Necessidade?
Carência? Comodismo? Companheirismo? Parceria? Medo? O que mantém sua relação?
Como quebrar esse ciclo
vicioso? Em princípio pode parecer muito
difícil, impossível até. Mas com o
autoconhecimento, na medida da reformulação de suas crenças a cerca de si mesmo e
do mundo, com a ampliação da capacidade de auto gerenciamento e autorregulação
de suas vontades, com a conscientização do seu funcionamento e como
transformá-lo, é possível enxergar sim uma saída no sentido da reconfiguração
dessa maneira de se relacionar.
Aí então, e só aí, a solidão
pode ser até mesmo ser uma escolha!
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