sexta-feira, 9 de março de 2012

Uma realidade...


DEPRESSÃO PÓS-PARTO


O pós-parto é um período de risco psiquiátrico aumentado no ciclo de vida da mulher. A depressão pós-parto, também conhecida como postpartum blues, pode se manifestar com intensidade variável, tornando-se um fator que dificulta o estabelecimento de um vínculo afetivo seguro entre mãe e filho, podendo interferir nas futuras relações interpessoais estabelecidas pela criança.
Apesar das controvérsias, vários fatores podem ser mencionados como possível causa da depressão pós-parto, entre eles:
Fatores biológicos
São os resultantes da grande variação nos níveis de hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) circulantes e de uma alteração no metabolismo das catecolaminas causando alteração no humor, podendo contribuir para a instalação do quadro depressivo.
Fatores psicológicos
São os originados de sentimentos conflituosos da mulher em relação: 
 
a si mesma, como mãe
ao bebê
ao companheiro
a si mesma, como filha de sua própria mãe
Outros fatores, relacionados às condições do parto, à situação social e familiar da mulher gerando sobrecarga, também podem desencadear esses distúrbios.
Sintomatologia
A intensidade dos sintomas geralmente define os diferentes quadros depressivos do período pós-parto. A depressão pós-parto (Postpartum blues), é um distúrbio emocional comum, podendo ser considerada uma reação esperada no período pós-parto imediato e que geralmente ocorre na primeira semana depois do nascimento da criança. Entre 50% a 80% de todas as mulheres apresentarão reações emocionais.
Os sintomas incluem crises de choro, fadiga, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, confusão e lapsos curtos de memória. As reações emocionais não psicóticas ocorridas no período de pós-parto se resolvem espontaneamente em até seis meses, sendo que o manejo consiste em deixar a paciente verbalizar seus sentimentos, enfatizando a normalidade da sua alteração.
Psicose Puerperal e Síndrome Depressiva Crônica
São quadros depressivos que também ocorrem no período do pós-parto.
Na Psicose Puerperal, os sintomas aparecem nos três primeiros meses pós-parto e são mais intensos e duradouros, com episódios psicóticos, necessitando acompanhamento psicológico e internação hospitalar.
A Síndrome Depressiva Crônica é um episódio depressivo e não psicótico, com humor disfórico, distúrbio do sono, modificação do apetite, fadiga, culpa excessiva e pensamentos suicidas. O tratamento deve ser psicológico e medicamentoso, pois os sintomas podem persistir por até um ano.
Desde o século passado existem publicações sobre os transtornos do período pós-parto e, apesar do assunto ainda causar controvérsias, é importante o seu diagnóstico precoce, ajudando as mulheres na resolução de seus conflitos para o estabelecimento de vínculos adequados entre a mãe e seu filho

Porem e importante ressaltar a diferença entre Depressão pós-parto e tristeza.  A verdadeira depressão pós-parto atinge de 10 a 15% das mulheres segundo estatísticas americanas. A maior parte acaba nem percebendo que está deprimida, considera como um stress ou então o próprio companheiro ou médico não considera que seja depressão, e diz a ela que está cansada e o caso acaba ficando por isso mesmo. Na maior parte das vezes a mulher acaba não sendo atendida, o que pode fazer o caso se resolver sozinho ao longo do tempo, porém corre o risco de piorar.

Independente de ser uma depressão ou apenas uma tristeza, vale a pena procurar ajuda profissional para que a mãe, o pai e todos os envolvidos diretamente com a chegada da criança, possam de fato aproveitar esse momento especial da vida.


2 comentários:

  1. Olá Claudia! Que bom ler sobre esse tema por aqui... :)
    Na realidade, há a diferença entre o "blues", a depressão pós-parto e a psicose puerperal. Sendo as duas primeiras muito frequentes, mas diferem na sua evolução, na gravidade e no grau de comprometimento na vida da mulher. Já a psicose a mulher abre um surto mesmo, com sintomas psicóticos (delírios persecutórios, alucinação, etc.)
    São situações frequentes, porém ainda os profissionais de saúde tem dificuldade em lidar com essas pacientes. Muitas vezes também, já estão em casa e não contam com o apoio profissional necessário.
    Enfim, sempre bom divulgar!
    Beijos!!!

    Ana Paula

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  2. Os profissionais de saúde tem enorme dificuldade de lidar com essa situação mesmo Ana. E as vezes ate os familiares....infelizmente. Seria legal uma campanha em nível nacional para esclarecer a população né? Bjs querida e obrigada pela visita.

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